sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

O Seresteiro em minha alma.

Sempre me achei parecido com meu pai. Inferior em muitos aspectos, evidentemente, mas parecido. Até nossos nomes são parecidos, aliás, seriam idênticos, não fosse o Junior que sempre foi a razão do "Ju" com que ele carinhosamente iniciava nossas conversas e um detalhe caprichoso que fazia o Luiz do nome dele ser diferente do Luís do nome que ele me deu. Se constituí uma família maravilhosa, é porque ele me ensinou que isso era a base de tudo. Se tenho um emprego digno, é porque ele foi a prova viva de que é possível se ganhar a vida honestamente. Se hoje canto para alegrar pessoas é porque me alegrava ouvir ele cantar. Se toco violão, é porque aprendi no que ele um dia nos deu, vendo e ouvindo meu avô materno tocar. Se com a música me tornei boêmio, é porque ele foi e será para sempre o Seresteiro em minha alma. A cerveja que aprecio nas reuniões com os amigos, tomei o primeiro copo com ele. Se fui campeão de xadrez, foi porque, mesmo sem saber jogar, ele nos deu um tabuleiro e peças quando éramos crianças. Se fui campeão de futebol de botão, foi por causa dos treinos com ele no tapete da sala de estar da nossa casa. Até campeão sãopaulino ele me ensinou a ser, depois de me fazer criar gosto pelo futebol nas disputas de gol a gol, no corredor de casa. Todas as oportunidades, ainda insuficientes, porém sinceras, que tive de ajudar alguém, ajudei porque a vida dele foi doação. As únicas coisas que não herdei dele foram os defeitos, até porque, acho que ele não os tinha. Esses são meus, sem dúvida. Mas, como ele mesmo me disse, em um dos nossos últimos diálogos, eu ainda tenho bastante crédito com ele. E é por isso que vou continuar carregando, com muito orgulho, enquanto a vida assim permitir, o nome honrado de Italo Bovo. E em cada palco que eu cantar, em cada cidade que a estrada me levar, em cada porto que eu atracar, ou em cada aeroporto que eu pousar, meu olhar buscará no horizonte o sorriso franco que ele exibia ao me ver chegar, e aquele semblante de Paz. De Pai para Filho. Para sempre.

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Uma noite diferente!

Engraçado... às vezes a gente planeja, divulga, manda até torpedo como lembrete e nem assim consegue juntar um grupo de amigos, sequer para um happy hour... Ontem, ao contrário disso, como resultado de uma simples idéia que surgiu na quinta-feira passada, o que era para ser uma noite despretensiosa de segunda-feira acabou virando um festerê tão bom que até perdi o sono... Valeu, galera!

Que venha 2008! Abraços,

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Soneto da Luz Apagada.

...

Prá que fazer de conta que não há nada?
De que adianta ter luz prá deixar apagada?
Escreva sua história, fale dos seus medos,
não me esconda mais em sua lista de segredos.

Deixe que eu receba seu sorriso,
aquele, que nem sei se ainda existe...
vamos fazer o que for preciso
prá que você não fique triste.

Se a noite me afastou de você,
não foi porque eu quis me perder,
foi você quem perdeu a hora...

Prá que fugir do que é tão certo?
Estou aqui jogando aberto,
pois não quero ir embora!

...

domingo, 25 de novembro de 2007

Estrada sem saída.

(Composta em parceria com Fernando Bredda)

Não consigo mais suportar essa saudade,
sentimento que me invade
e não tem pressa de ir embora.

Por isso vou deixar de lado o medo,
e acabar com esse segredo
que me faz sofrer agora.

Somos mais amantes que amigos,
já não dá prá esconder isso,
nem de mim, nem de você.

Entramos numa estrada sem saída,
e até o fim da vida,
eu não vou mais te esquecer.

É difícil controlar um pensamento,
que se solta pelo vento
à procura de alguém...

Prá que se controlar, se vem de dentro?
Não te esqueço um só momento,
se lembre de mim também...

Malícia.

(Composta em parceria com Fernando Bredda e Roger Borin)

Preste atenção no que eu vou lhe falar,
fique ligada, não se deixe levar
pelas loucuras de uma nova paixão.

Por muito tempo consegui suportar
sua malícia de querer me enganar,
fugindo prá longe do meu coração.

Ilusões vivi com você,
já não posso lhe esquecer...
mostre sua direção prá não por tudo a perder.

O que resta de nós é motivo prá você pensar,
e usar seus instintos só depois da razão...

Me assume de vez no seu coração,
deixa prá lá essa solidão,
pro nosso tempo parar numa só emoção.

sábado, 24 de novembro de 2007

Prá ti.

Tudo que lembre nós dois me agrada,
ainda que pareça um sinal sem estrada...

Se pensar em você é tão bom,
por que fazer parecer fora do tom?

A melodia que passa na minha cabeça,
talvez só aconteça quando você a mereça...

Se ser compositor acontece em mim,
não diga não, quando você quer ouvir o sim.

Porque talvez, se você me esquecer,
no seu sonho eu tente aparecer,

E num capricho do que chamam destino,
pode ser tarde demais pra gente viver!

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Pensamentos sutis para um dia feliz.

Neste momento, em que você está lendo essa mensagem:

- Uma semente está germinando;

- Uma flor está desabrochando;

- Um fruto está amadurecendo;

- Uma pessoa está se apaixonando;

- Um sonho está se realizando;

- Uma criança está nascendo...

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Morumbi, 21 de novembro de 2007.

Falando direta e francamente (qualidade esta que meu comparsa musical Samuel Rangel tem em maior abundância que eu), poucas vezes vi tanta demonstração de incompetência, descaso e má vontade debaixo daquelas famosíssimas camisas amarelas que são reconhecidas como símbolo de eficiência e arte no futebol, em todo o mundo.

Salvo dois momentos de oportunismo de um esforçado atacante que foi escalado de última hora para a partida pelo protótipo CBF-Tabajara de treinador, o que se viu foram alguns jovens e aguerridos uruguaios dominando as ações, tratando a bola com respeito e pressionando a completamente perdida defesa daquele milionário pseudo-selecionado europeu que entrou em campo vestindo a camisa da Seleção do Brasil.

Como alguém lá em cima definitivamente é brasileiro, aquele jovem que tem recebido a missão de proteger a balisa canarinho (a quem o melhor guarda-metas do mundo pediu para a torcida apoiar), após sair caçando borboletas no lance do gol uruguaio, reabilitou-se fazendo algumas defesas importantes, que impediram que o placar chegasse a dois, três, ou quatro a zero para a esquadra "celeste olímpica" ainda no primeiro tempo, o que teria conduzido a mais um vexame da história do futebol brasileiro, comparável àquele vergonhoso 1x2 de 1950.

Agora, só em junho de 2008, contra a Argentina, o combinado europeu voltará a se apresentar em gramado brasileiro. Até lá, quem sabe, o protótipo CBF-Tabajara consiga enxergar que há muitos atletas no Brasil em melhores condições técnicas e psicológicas do que aqueles fantoches que jogaram no Morumbi em 21 de novembro de 2007...

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Mensagens no Vento.

...


Só eu sei como o tempo não passa se você não está...

Fico olhando pela vidraça, te buscando no ar.

Eu mando mensagens no vento e nas ondas do mar,

Pois sei que num vago momento eles vão te encontrar.



É, acordei cedo prá pensar mais em você

E na janela, o sol brilhava pra dizer

Que você estava me chamando pra voltar


É, por mais que eu tente, não consigo te esquecer

Vem de repente essa vontade de te ver

Então percebo que nasci só pra te amar.



Por você, estou sempre presente, qualquer hora e lugar,

não preciso nem mesmo saber onde você está.

Minha luz de viver, pode se envolver, pode se entregar

A esse amor que mandei prá você no vento e no mar.


...

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Muito obrigado...

... por você ser capaz de amar;

... por você sorrir com sentimento;

... por você dar valor à amizade;

... por você lutar pelo que acredita;

... por você alcançar suas metas;

... por você saber ouvir sempre;

... por você falar a quem precisa;

... por você brincar feito criança;

... por você aprender a ensinar;

... por você sonhar com um mundo melhor!

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Jovem de meia-idade.

Agora há pouco, nesta tarde de sexta-feira chuvosa, me encontrei cumprimentando um amigo, que está completando 33 primaveras nesta mesma data. Lá pelas tantas, no meio da conversa, ele me surpreendeu com a notícia de que, mais breve do que eu imaginava, ele estará trocando de time naquela tradicional pelada futebolística de final de semana, deixando o meio-campo da equipe dos noivos, para ser meu companheiro de defesa na equipe dos casados. Ele que, como eu, em outras épocas, havia sido também artilheiro do time dos solteiros.

Senti uns três tipos diferentes de angústia, ao saber de tal decisão, lembrando inclusive, das minhas próprias transferências, ocorridas há tantos anos que já nem me lembro bem. Mas aí me pus a pensar...

Quem quiser saber o que é chegar aos 40 anos, definitivamente tem que passar por outros 39... E, nesse processo, não adianta fantasiar o quanto seria agradável se fosse possível ter a idade e a liberdade de outrora, possuindo a experiência e tudo que foi conquistado a cada ano.

Até porque, via de regra, a maioria das decisões comprometedoras ironicamente acontece quando acreditamos ter experiência de sobra, seja aos 25, 33 ou 40 anos de idade. A ilusão do "estar no controle"...

Esses pensamentos me reconfortaram um bocado. Trata-se apenas de mais um jovem de meia-idade seguindo a ordem "natural" das coisas.

Afinal, se algo não correr bem, é só mudar de time de novo, e procurar uma vaga, nem que seja de goleiro, no time dos divorciados, que quando éramos solteiros nem sequer participava do campeonato, mas que está ficando cada vez mais reforçado nos últimos anos...

Só não vale depois culpar o empresário, dizendo que ele não avisou!

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Realização Pessoal e Reconhecimento

Hoje resolvi então escrever sobre esse binômio complexo aí do título.

Creio que nos dias atuais, uma parte significativa das pessoas, entre as quais me incluo, vive numa corda bamba infinita buscando equilibrar-se entre uma vida de realizações pessoais e uma dose de reconhecimento.

Já nem me impressiono mais quando, freqüentemente, me pego a pensar, ou ouço alguém dizendo: "Ah, que bom SE fulana entendesse isso; que bom SE fulano fizesse aquilo; por que tal coisa não funciona assim ou assada?...", enfim, desencontros variados do tal binômio.

Acabo de concluir a leitura de um livro intitulado DEUS - um delírio, de um renomado biólogo chamado Richard Dawkins. Recomendo este livro a todos aqueles que, como eu, foram programados a acreditar em uma vida pós-vida, seja lá em que credo ou sistema tenham sido criados.

Afinal, o que é esse suposto prêmio sobrenatural pós-vida almejado, senão o último refúgio de esperança de reconhecimento, ao nos depararmos com a certeza absoluta de que a morte é inevitável?

Será que não seríamos mais bem-sucedidos simplesmente adicionando mais peso a um dos lados do binômio em questão? Aliás, quem define o que é ser bem-sucedido? Quem quer reconhecimento alheio, se realiza pessoalmente? Quem se realiza pessoalmente, precisa ser reconhecido? São só convites à reflexão, na véspera do dia dedicado aos mortos.

Na minha opinião, enquanto indíviduos, somos limitados. Enquanto matéria, somos perecíveis. Enquanto agimos, geramos resultado. Enquanto aprendemos e multiplicamos, geramos evolução.

Para que lado cada um escolhe inclinar o seu próprio binômio?

Depende de cada um. Eis o x do paradoxo. Abraços vivos a todos!

Um Homem Qualquer

Ontem, no final da tarde, como sempre, a luz do sol se foi.

E um homem qualquer viu chegar uma tempestade.

Chegou em casa. Faltou eletricidade. E ele então não viu mais nada.

Ele dormiu. E depois acordou, quando a eletricidade voltou.

Acordado, sentiu sede. Sede de quê? Tomou um copo d'água.

Analisou a programação da TV. Escolheu um filme repetido.

Ligou a TV. Mas todos os canais estavam fora do ar. Deitou-se.

Leu algumas páginas de um bom livro. Bom para quê?

Para dar sono. Virou-se de lado. Pensou na noite anterior.

E percebeu que tinha sido quase tudo igual.

Mas não havia faltado eletricidade, nem canais de televisão.

Constatou que sua vida era o tal filme repetido que escolhera.

E o homem qualquer apagou a luz e dormiu.

E depois acordou, quando a luz do sol voltou.

E nem pensou em televisão. Tomou banho e saiu.

Enquanto houver sol, haverá um homem qualquer.

Enquanto houver um homem qualquer, haverá.

E quando não houver? O filme não será mais repetido.

Pizzaria Federal

É, gente boa... mais um drible na dignidade... mais um minuto de silêncio obrigatório no tribunal de contas da honestidade... mais uma página infeliz na história política do eterno país do futuro...

Nas minhas andanças pelo planalto central, na semana passada, eu já havia sido avisado de que a pizzaria da impunidade já tinha o pedido anotado, detalhado como sempre, há bastante tempo.

Mas eu não quis acreditar. Não quis acreditar, porque, ou a imprensa televisiva, a imprensa falada e a imprensa escrita fizeram um complô impiedoso para a divulgação de calúnias contra aquele parlamentar tão inocente que ontem foi absolvido, ou porque eu preferi não acreditar que, se tudo ou boa parte do que foi divulgado é verdade, os outros 40 honestos representantes do povo brasileiro teriam culhões para votar como votaram para saborear mais esta pizza.

Até quando? Será que, como dizia Raulzito, não tá na hora de ir embora e dar lugar "pros gringo" entrar? Bem, para que querer saber, se para ser o líder disso tudo, basta não saber ou dizer que não sabe?

11 de Setembro

Dia 11 de setembro. Seis anos atrás, estava eu por volta das 9 da manhã, acabando de acordar, pois era meu último dia oficialmente desempregado, quando liguei a TV e comecei a assistir a Bandnews. Uma das torres do WTC estava em chamas... Em meio aos depoimentos espantados dos jornalistas que estavam lamentando o inexplicável e terrível "acidente" com o avião que ali se chocara minutos antes, surge um segundo avião e colide impiedosamente contra a segunda torre. Desaparece então a teoria do acidente e aparece a inevitável certeza de que um dos principais símbolos do capitalismo ocidental havia sido ferozmente atacado por forças terroristas. Mais alguns minutos e chega o comunicado oficial da Al Qaeda, assumindo a autoria dos ataques, inclusive de outros que não atingiram totalmente seus objetivos letais. Logo depois, uma torre desaba, destino que não seria menos fatal que o da outra gêmea. Mortes, milhares de mortes sem sentido. De lá para cá, nós vivemos num mundo repleto de pessoas vivendo com medo ou morrendo sem sentido nas casas, nas escolas, nas ruas, nos campos, construções, na terra, na água e no ar. Antes que a gente se conforme e se deprima completamente - o que é o caminho mais natural que nos é apresentado pela sociedade atual - precisamos mudar alguma coisa de verdade, nem que seja em nós mesmos. Eu vou começar dizendo um eu te amo sincero à cada pessoa que eu amo, hoje, 11 de setembro. Seis anos atrás, naquele dia trágico, o meu sonho de amanhã era recomeçar minha vida em Curitiba. O meu sonho de amanhã hoje, 11 de setembro de 2007, é que amanhã esse dia que estamos vivendo agora seja lembrado como um ontem muito melhor do que foi o 11 de setembro de seis anos atrás. Que seja lembrado como um dia em que o mundo se uniu definitivamente em busca da paz.

Alicerce Noturno.

...

Quando a gente se encontra o tempo parece capaz de voltar...

Já fizemos de tudo, e cada minuto me faz recordar

o que eu sentia, quando a gente se via, em qualquer lugar.


Você é meu alicerce noturno, e hoje sem rumo, não dá prá ficar,

pois chega o egoísmo e se torna um abismo prá me derrubar.

Daí não tem jeito, não durmo direito e já quero acordar...


Não quero sentir que uma música nova pode fazer chorar

Vou pra boemia, me perder na cidade, até você me encontrar.

Só tenho um desejo, que é do seu beijo poder me lembrar

E daqui a algum tempo, um dia, quem sabe, a gente se amar.

...