sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

10 maneiras de desejar Feliz Ano Novo.

Aos que amo demais, DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO;

Aos que não amei o suficiente, PROMETO MELHORAR;

Aos colegas de trabalho, SAÚDE, PAZ E SUCESSO;

Aos amigos das mesas dos bares da vida, UM BRINDE;

Aos anjos boêmios, 365 NOITES DA MAIS PURA BOEMIA;

Aos enamorados, QUE A CHAMA PERMANEÇA ACESA;

Aos solteiros convictos, ALGUÉM QUE VALHA A PENA;

Aos irmãos músicos, QUE ASSIM SEJAMOS PARA SEMPRE;

Aos que gostam de nos ouvir cantar, ATÉ A VOLTA E OBRIGADO;

Aos que não se enquadraram acima, TENTE OUTRA VEZ!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Chegar cedo.

Hoje decidi dar um jeito de chegar em casa cedo.

E ao chegar em casa cedo, percebi que estava só.

E ao perceber que estava só, passei a refletir.

E ao refletir, me lembrei que o que reflete bem é espelho.

E ao me lembrar, decidi continuar a viver do mesmo jeito.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Mais um no gargarejo.

Um dia, serei apenas mais um no gargarejo.

E nessa hora, lembrarei do primeiro sorriso que vi,

Naquele instante em que ninguém sabia quem era quem,

Naquele lugar que talvez então nem mais exista.

E quando aquela pequena estrela que eu vi nascer

Estiver rodeada de todas as cores que se possa imaginar,

Alguém em preto e branco chegará a duvidar

Que, por mais que a vida exista para afastar,

Ainda haverá o brilho do primeiro olhar.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Espelhos da Vida.

Sinto-me bem por ser amigo de várias pessoas com pelo menos uma década de idade acima da minha. Amigos mais velhos são oráculos, extremamente importantes. Respeito quem acredite que já viveu o suficiente aos 20, 30 ou 40 anos de idade, por ter tido mais informação, mais sofrimento ou o que mais queira achar que traz sabedoria. Porém, há um sem número de coisas que só mesmo o tempo pode incorporar às pessoas. Não tenho a pretensão de que seja unânime a relação que tenho em minha mente, por isso não vou redigí-la aqui. O que me permito ilustrar são alguns exemplos de bem-estar que o fato de ser o mais novo em uma roda de amigos pode frequentemente proporcionar:

- Sempre tem alguém que bebe mais que você;

- Sempre tem alguém que fala mais que você;

- Sempre tem alguém que come mais que você;

- Sempre tem alguém que teima mais que você;

- Sempre tem alguém que incomoda mais que você;

- Sempre tem alguém que deve mais que você;

- Sempre tem alguém que ganha mais que você;

- Sempre tem alguém que reclama mais que você;

- Sempre tem alguém que desafina mais que você;

- Sempre tem alguém que sabe mais que você.

Meus amigos mais jovens certamente sentem algumas dessas formas de bem-estar quando um dos mais velhos da roda sou eu. Amigos mais velhos são espelhos do futuro. Alguns mais translúcidos e nítidos que outros, mas todos são partes deste quebra-cabeças de milhares de noites e dias distintos que se encaixam, ao qual chamamos de vida.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Em busca da tranquilidade...

Vinte de novembro está para chegar nas próximas horas.

Foi nesta mesma data, naquele ano passado da graça de 2007, que falei pela última vez, ao telefone, com o bom e velho Italo Luiz Bovo. Alegre, como sempre foi nos últimos anos, ele completava 71 anos de idade.

Lembro-me, como se fosse hoje, das diversas vezes em que ele, com seu jeito confiante e sorridente, nos dizia que viveria até os 100 anos.

Naquele 20 de novembro de 2007, o discurso habitual mudou. Ele disse, animado, que seu novo objetivo era viver pelo menos até os 150 anos!

Hoje, véspera do primeiro aniversário dele em que a festa será no céu e os merecidos parabéns não poderão ser transmitidos por telefone ou pessoalmente, faço questão de pedir, nestas poucas linhas, para que ele comemore como sempre fez, pois continua vivo como prometeu.

Enquanto isso, aqui na terra do eterno aprendizado, o filho mais novo dele, meu irmão caçula Francisco, acaba de saber que se tornará pai.

E em paralelo, seu filho mais velho segue, ainda que nem sempre pelo caminho mais curto e seguro, em busca da desejada tranquilidade.

Feliz aniversário, meu pai.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Passado, Presente, Futuro...

Um belo dia uma pessoa resolve mudar.

Mudar de emprego.

Mudar de cidade.

Mudar de atitude.

E muda de emprego, de cidade e de atitude.

Aí resolve fazer mais o que ela gosta de fazer.

Beber com os amigos.

Cantar na noite.

Montar um bar.

E bebe com os amigos, canta na noite e monta um bar.

Agora essa pessoa resolve aprender a lidar com o novo.

Aprender a perdoar seus novos erros.

Aprender a enfrentar seus novos desafios.

Aprender a superar seus novos limites.

Que assim seja.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

A Crise.

Parece que existe uma contramão na crise. Ou não.

Quando é hora de economizar, as contas a pagar aumentam.

Os bancos que não tem dinheiro, propõem crédito barato.

Os USA e a Europa quebram, mas a moeda real é que perde valor.

Os preços dos importados sobem e os daqui despencam.

Os governantes de lá falam na TV e os outros escutam.

Transformam BOVESPA em pochete para depois comprar barato.

Quando por aqui alguém entende o que aconteceu de verdade,

Quem ganhou com tudo isso já está especulando em outra praia.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

40 anos - O romper do silêncio.

É hora de romper o silêncio de outubro.

De fazer das linhas o que elas querem ser.

De almoçar menos e escrever bem mais.

De apagar a angústia do mapa das emoções.

De ver sorrisos de gente que quer o bem.

De ignorar o que não for bom e útil.

De esquecer a tal crise dos mercados.

De desprezar o que não vale a pena.

De nascer para a vida que começa aos 40.

De escrever o que for a pura verdade.

De não escrever o que não faça falta.

De ser mais que um feliz aniversário.

De entender a tranquilidade da última frase.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Dias De Setembro.

Todos os dias de setembro serão azuis e fascinantes,

Mesmo que, para isso, as noites tenham que ser mais curtas

E as madrugadas frias tenham que ser mais dormidas.

O que resta de agosto é um grande vazio que acabou.

O que virá com outubro, ainda não dá para capitalizar.

O que setembro já tem para oferecer é hoje, segunda-feira.

Então que seja hoje o primeiro dia fascinante de setembro,

E que venha com o azul necessário para que cada pessoa possa

Estar mais feliz quando a segunda se for para o segundo chegar.

No ponto de vista de um terceiro, o quarto pode ser melhor,

se for compartilhado com alguém em mesma sintonia.

Mas isso, só se poderá afirmar com certeza na quinta...

Daí, se houver sexta, quem sabe, a semana terá sido especial.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Desbravando o oeste paranaense.

Na semana passada, viajando de carro, a trabalho, tivemos a esperada oportunidade de conhecer um pouco do oeste paranaense e sua beleza, tendo sido o percurso total de mais de 1500 Km rodados ao custo módico de 115 reais de pedágio, entre ida e volta (mais a gasolina).

Então lá fomos, eu e VL, amigo e fiel escudeiro nesta empreitada, enfrentando filas quilométricas, em barreiras pseudo-justificadas por obras curiosíssimas como repinturas de faixas, consertos de buracos de 20 centímetros quadrados de área total e 2 cm de profundidade, obras estas estrategicamente localizadas sempre nas reservas indígenas, como que para propositadamente facilitar a mendicância e o comércio informal local de arcos, cestos e outros artesanatos, além de CDs piratas de todos os tipos que nos eram oferecidos a cada parada.

VL, com sua tradicional educação francesa, após ser repetidamente assediado pelos nossos irmãos indígenas e se negar a comprar tais badulaques, recomendou aos queridos arborígenes que usufruissem do seu direito de cidadãos menos favorecidos e solicitassem apoio maior ao governo do Luis Inácio, caso as vendas não estivessem indo tão bem.

Depois de três dias de muita correria com toda a rotina de trabalho em Cascavel, Palotina, Medianeira e Foz do Iguaçu, aproveitamos então para visitar as Cataratas, antes de iniciarmos nossa jornada de volta para Curitiba. Caramba, como faz frio no andar de cima daquele ônibus. Após admirar por 15 segundos as cataratas e tirar fotos só para mostrar que realmente tínhamos estado lá, voltamos rapidamente para o frigo-ônibus, felizes por conseguir assentos no andar de baixo. Doce ilusão. Tivemos que trocar de ônibus e os assentos de baixo estavam totalmente ocupados por um grupo de pessoas da melhor idade.

Faltava apenas então passar no Duty Free para abastecer nossa adega pessoal, digo nossa porque tive que comprar para mim e para VL, que, inadvertidamente esquecera de levar sua Carteira de Identidade e seu Passaporte, e como os hermanos não aceitavam a Carteira de Habilitação como documento de identidade, VL teve que aguardar no carro e eu tive que aguentar gozações de 3 ou 4 argentinos devido ao teor alcoólico ligeiramente elevado do meu carrinho de compras.

Moral da História 1: Se for a Foz, vá de avião, o pedágio é um roubo.

Moral da História 2: O 2o. andar do Ônibus para as Cataratas é gelado.

Moral da História 3: Se quiser ir no Duty Free, leve RG ou Passaporte.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Faz e Desfaz - Renato & Fernando.

Há vinte anos, pouquíssimas pessoas sabiam quem eram João Paulo & Daniel, Leandro & Leonardo, Zezé de Camargo e Luciano, Gian e Giovani... Temos até exemplos bem mais recentes, se pensarmos em cinco anos atrás, certamente poucos conheciam Bruno & Marrone, Cesar Menotti & Fabiano, ou Vitor & Leo... A fama pode acontecer muito rápido, ou nunca. Pode ser duradoura ou um simples flash. Já o sucesso, na minha opinião, é atemporal e não é sinônimo de fama.

Vinte e cinco anos atrás, sim, vinte e cinco, eu costumava passar finais de semana em Brotas, no interior de São Paulo, com um grupo de amigos músicos da vizinha Rio Claro, cidade em que nasci e morava naquela época. Nosso grupo se reunia então na praça central para cantar e tocar violão e, lembro-me com saudade, juntávamos bastante gente lá para ouvir e participar conosco da cantoria. O próprio Daniel, cidadão motivo de orgulho dos brotenses, que vários anos depois alcançou grande fama e sucesso como cantor, era ainda um guri e aparecia na praça para cantar e curtir conosco aquelas tardes musicais.

Menos divulgado na mídia massiva, porém, que também obteve muito sucesso com a música e que continua sendo meu grande amigo desde aquelas tardes em Brotas é o também rioclarense Roger Borin, produtor musical e músico profissional, hoje integrante titular da banda que acompanha o cantor Amado Batista em seus vários shows Brasil afora.

Para você que leu este pequeno relato histórico até aqui e não encontrou os nomes de Renato & Fernando em meio aos tantos que eu citei, parabéns pois chegou a hora! Renato & Fernando lançaram este ano o seu primeiro disco em parceria. Acontece que Roger Borin me apresentou a Fernando, excelente baixista, além de violonista, cantor e violeiro, e nós três compusemos diversas músicas, algumas inclusive estão registradas neste Blog, como "Estrada Sem Saída" e "Malícia".

"Faz e Desfaz", que é uma das faixas do disco de Renato e Fernando, também é uma composição nossa. Pode até ser que a música não fique famosa e a história que contei aqui não vire filme, mas é sem dúvida, assim como este Blog que em breve será um livro, um sonho que se tornou sucesso e que faço questão de compartilhar com vocês. Quem quiser ouvir "Faz e Desfaz" antes da fama, que talvez nunca venha mas pode ser que venha rápido, é só pedir na próxima vez que eu estiver em algum palco! A letra, eu deixo aqui, para vocês, desde já!


FAZ E DESFAZ

(Composta em parceria com Fernando Bredda e Roger Borin)

Tomou de mim o que foi meu

e diz que sou eu quem te maltrata...

Fez o que quis, brincou, pisou,

depois falou que me amava.

Mandou-me embora,

me pôs prá fora,

não dá prá entender esse amor!

Faz e desfaz da minha vida,

não vejo saída,

não sei dizer não!

Se tudo tem que ser do seu jeito,

prefiro por freios no meu coração,

estou sem direção...

Faz e desfaz da minha vida,

não vejo saída,

não sei controlar!

Se tudo tem que ser do seu jeito,

vou soltar os freios, vou deixar rolar

e me apaixonar...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Meio Eu, Meio Ninguém.

Nas últimas semanas que antecederam o Dia dos Pais, eu me sentia um tanto quanto angustiado. Tipo assim, meio eu, meio ninguém.

Várias vezes eu me encontrava fazendo coisas só por fazer, como se quisesse apenas que o tempo passasse logo. Não sabia se estava deprimido, ou se estava só introspectivo demais. É uma sensação curiosa, mesmo agora que já passou. Muitos amigos, pessoas queridas, reparavam e perguntavam algo, faziam comentários, enfim, que eu estava diferente do meio eu que eu sou e, como agora tento me fazer entender, mais parecido com o meio ninguém que esteve em mim.

Esse foi o primeiro Dia dos Pais que eu passei sem o contato em vida com o bom Italo Bovo, essa metade de mim que precocemente se foi e me deixou um vazio que ninguém pode ocupar. E sempre que ninguém ocupa, acabo me tornando meio eu, meio ninguém. Sei que aos poucos, o meio eu vai trilhar mais e mais os passos que o Italo Bovo que se foi deixou para serem seguidos e, com isso, ninguém terá que ocupar a outra metade de mim que não seja eu mesmo. Até lá, ninguém precisa se incomodar muito, porque ninguém vai sair perdendo. Nem meio eu.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Meditação por escrito

...


Como seria parar de pensar por alguns instantes?

Inserir uma pausa no ritmo alucinado da vida.

Deixar um tranqüilo vazio dominar a mente.



Quando um pensamento resolvesse aparecer,

Trazendo de volta o chão da realidade,

Poderia ser muito diferente do trivial.



Quem sabe seria um pôr-de-sol não observado?

Uma gota de chuva que não foi sentida na pele?

Um sorriso que não tivemos tempo de provocar?

Um encontro que não deveria ter sido evitado?

Um primeiro beijo de amor que nunca foi dado?



Ou não, poderia ser só mais um chopp gelado,

Ou mais uma pedra de gelo a derreter no uísque...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Querer

Já não sei se te quero
Ou se quero mais,
Nem se te querer
Pode ser demais.

Seja como for,
não sei se pode ser,
Porém, se não puder,
Deixe do jeito que é.

Se deixar ser,
Deixe estar.
Se um dia deixar de ser,
Pelo menos terá sido.

Quando não for mais,
Não precisa explicar.
Se precisar explicar,
Não terá sido demais.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Hoje tem Segunda Sem Lei!!!

...

À noite vamos cantar e tocar...

Na platéia, quem poderá estar?

Talvez muita gente apareça,

Mas pode ser que alguém se esqueça.

No palco, especialmente para você,

Segunda Sem Lei, com a 8B!

Cantaremos com bastante energia,

Mesmo que a noite esteja fria.

Para os casais apaixonados,

Além dos beijos e abraços apertados,

Uma opção é tomar um bom vinho,

Ao som da bossa nova, com Italo e Ronaldinho.

E quando o coração começar a ficar quente,

É hora do Flavinho cantar Sinceramente.

Para quem não tem namorada ou namorado,

O bom mesmo é aquele chopp gelado,

Comendo uma porção de pastel

E ouvindo a voz e o violão do Samuel.

Às vezes, o ambiente é bem tranqüilo,

Mas isso, só quando não aparece o Pilo!

A Lei Seca não é desculpa não,

Chame um táxi, ou vá na Kombi do Brunão.

Agora, se fizer questão de dirigir na night,

Tome só suco, chá gelado ou Sprite,

Porque depois de fazer tanta rima assim,

Espero ver você à noite no Botequim!

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Agosto

Agosto chegou. Alguma coisa mudou.

Percebi quando olhei pela janela, de manhã.

O sol, que imperou todos os dias de julho, foi encoberto.

A serra do mar que enfeitava o horizonte, hoje não se vê.

Oxalá isso seja passageiro e amanhã desça em algum ponto.

Janeiro está longe demais para ser o próximo verão.

Claro que o frio também é bom. Se tiver que chover, que seja.

Só espero que o céu não fique embaçado por seis meses.

É melhor o azul que o cinza, pelo menos durante o dia.

À noite, todos os gatos são pardos, as garrafas não tem fundo e

pouco importa a cor do céu, já que a estrela maior está no coração.

Resta saber quando é que o dia seguinte voltará a ser brilhante.

Ou, pelo menos, quando é que o dia anterior será inesquecível de novo.

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Composição com C.

...



Como controlar a força de uma paixão?

Chega de mansinho, bem devagarinho...

Começa com um simples pensamento e

Concentra-se no fundo do coração.



Cresce com o passar das horas...

Carinhosamente invade a alma,

Cativa cada momento de reflexão e

Culmina dominando todos os sentidos.



Como fosse uma estrela do firmamento,

Cintila numa intensidade fulgaz,

Carregando seu manto de energia e

Conduzindo a um paraíso inebriante.



Cantando, em meio ao torpor do seu brilho mágico,

Compartilho o vento com uma nuvem que passa.

Causo grande surpresa aos pássaros e aos anjos,

Cravando no céu um beijo com sabor de primeiro.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Quase Por Querer

...

A aproximação, ainda que tardia, foi natural...

O olhar, embora discreto, já não era esporádico.

A máscara, que disfarçava o desejo, caíra ao chão.

O certo, sem mais importar, se rendeu à paixão.

E esta se ofereceu, sem rodeios, para acontecer.

Poderiam tê-la aproveitado, se não fosse impossível.

Pensariam no futuro juntos, se não fosse o passado.

Viveriam felizes, sabe-se lá por quanto tempo,

até que os sonhos despertassem pesadelos,

a presente insegurança virasse cobrança e

o primeiro beijo se tornasse a última lembrança...

Não, não se permitiram passar por tal provação.

Continuaram seu caminho, sem riscos, sem mágoas.

E se desejaram mais a cada novo encontro.

E se encontraram todo dia. Quase por querer...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Aventuras no Caribe.

Mojitos... Cohibas... Guantanamera... Che Guevara... Pollo con Papas...

É bastante comum para quem visita a "Ciudad de La Habana" se deparar ao menos uma vez com estes cartões postais apresentados em forma de coquetéis, charutos, música, herói nacional e comida típica.

Semana passada, com este que lhes escreve, não foi diferente. Devo ter bebido uns 20 Mojitos, fumei um Cohiba daqueles que demoram duas horas e meia para acabar, ouvi Guantanamera umas 50 vezes, vi umas 100 fotos do Che espalhadas em tudo que era loja de Souvenirs e comi Pollo con Papas, às vezes fritas, às vezes assadas, outras vezes cozidas, e também chips e em purê... haja frango com batata!

Mas a charmosa ilha de Cuba tem muito mais do que isso a oferecer...

O que escrever sobre o Cabaret Tropicana? Posso afirmar que foi um dos shows mais extraordinários e bem produzidos que já vi. Acho que merece mesmo ser reconhecido como a melhor casa de espetáculos do mundo. Para quem quiser uma amostra do que se vê lá, basta dar uma pesquisada no Google ou no You Tube. Para facilitar, deixo aqui um link:

www.netssa.com/tropicana.html

Uma visita a Viñales, em Pinar del Rio, apesar de ser um pouco longe (uns duzentos quilômetros distante de Havana), é interessante para quem curte o turismo-natureza, a região é montanhosa e tem como principal atração a "Cueva del Indio", uma caverna ornamentada com estalactites, estalagmites e várias formações rochosas curiosas, entre elas o rosto do índio que nomeia o lugar. Só não se pode esquecer de um bom repelente, pois tem mato e mosquito prá todo lado...

Já para os menos ecoturistas e mais apreciadores da boemia, como eu, vale visitar o Museu do Ron Habana Club, que, além do conhecimento sobre o processo de fabricação e envelhecimento daquela tão típica bebida cubana, proporciona também a oportunidade de degustar, entre Mojitos e coquetéis, uma dose do Ron Habana Club Añejo 15 anos.

Teria que escrever um livro inteiro se quisesse detalhar tudo o que existe para se ver e aprender por lá. E, para que ficasse bem escrito, teria que voltar a Cuba e conhecer mais pessoas nativas, entender melhor sua cultura. E com sorte, reveria a cantora que se apresenta no tradicional restaurante Tocororo, ouviria novamente aquela voz mágica e tentaria compreender de onde vem a energia daquele brilho no olhar que parece fazer parte da orquestra... Um dia, quem sabe.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Dois meses... (Um homem, Uma mulher)

...

Julho e Janeiro...

Férias...

Inverno e Verão...

Opostos...

Cada um com sua receita...

Se faz Frio...

Vinho e Aquecedor;

Se faz Calor...

Caipirinha e Praia.

Se for hora de música,

o bom amigo é o violão;

Se for melhor ler,

convido minha turma de livros.

Se quiser me sentir ao seu lado,

basta fechar os olhos.

Se quiser sorrir, basta pensar em nós dois,

e lembrar o quanto lhe quero.

Se quiser me ver sorrir, a qualquer hora,

basta me enxergar em seu espelho.

Se quiser amar e querer mais,

basta me imaginar com você...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O espírito do compositor.

Compor é um estado de espírito.

Espíritos tranqüilos compõem paz,

Espíritos em paz compõem alegria.

Espíritos alegres compõem luz,

Espíritos iluminados compõem magia.

Espíritos mágicos compõem sonhos,

Espíritos sonhadores compõem boemia.

Espíritos boêmios compõem paixão,

Espíritos apaixonados compõem todo dia.

Poderíamos compor algo hoje...

Ou amanhã, se hoje não for o seu dia.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Seleção sem povo (Ruy Castro).

O excelente jornalista e escritor Ruy Castro, há um ano, escreveu esta crônica. Muito atual, por isso a transcrevo para vocês, amigos e amigas... ela me fez lembrar daquele desabafo de torcedor frustrado, que escrevi em novembro de 2007, que se encontra através do link:
http://italo-jr.blogspot.com/2007/11/morumbi-21-de-novembro-de-2007.html


SELEÇÃO SEM POVO [18.06.2007]

De 1958 a 1982, o Brasil teve um caso de amor com sua seleção de futebol. E ela fazia por onde: venceu três Copas do Mundo, jogou partidas memoráveis no Maracanã e no Morumbi e consagrou três gerações de jogadores. Havia mais craques na praça do que vagas no time, e nada superava a honra de uma convocação.

Fora da seleção, esses jogadores entravam em campo todos os domingos por seus clubes - nossos clubes. Podiam ser amados ou odiados no fragor doméstico, mas, no que vestiam a camisa amarela, cessava o vodu. A seleção tinha até torcedores próprios, e não apenas entre os que só se ligam em futebol na Copa por um vago ardor patriótico.

Mas isso acabou. A seleção é, há muito, um feudo de jogadores que atuam no exterior, defendendo camisas com as quais nada temos a ver. Por vários motivos, também não a assistimos em nossos estádios - há sete anos, por exemplo, ela não joga no Rio. E, como aconteceu na última Copa, a seleção, convocada na Europa, não veio ao Brasil nem para pedir a bênção do povo que representava. Deu no que deu.

As razões são muitas, mas o fato é que a seleção se divorciou do povo. Não é mais o Brasil. Reduziu-se a uma legião estrangeira que, mecanicamente, canta o hino antes do jogo. Ex-ídolos nacionais como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho preferem jogar por seus milionários clubes que pela seleção. E estão certos: só quem vai à Europa sabe o que eles representam em paixão para os torcedores desses times. São deuses em Milão, Barcelona, Madri.

Vem aí uma opaca Copa América. Os craques a desprezam e a torcida brasileira, com razão, também não está nem aí. Qualquer campeonato local envolvendo o Arapiraca, o Botucatu ou o Cascavel será mais emocionante, se um desses for o nosso clube de coração. A camisa precisa estar perto do peito.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Colóquios de um Boêmio Cantador.

Prefácio

Com um título como este, não resta muito a dizer sobre o que se pode esperar desta obra que, longe de ser um clássico ou um "best-seller", tem como principal objetivo apresentar aos seus leitores um conjunto despretensioso de crônicas e devaneios na forma de textos, criados em momentos dispersos, que foram acumulados ao longo dos últimos dois anos, além de algumas letras para canções em sua maioria românticas, estas normalmente compostas de alegria sonhada ou de dor abafada, algumas vezes à luz da sobriedade, outras, à sombra de sentimentos que só podem ser despertados nas noites sem fim; muitas vezes no intuito de provocar apenas e tão somente sorrisos efêmeros, mas, em outras tantas, de transmitir opiniões e delinear pensamentos perenes.

Ou não. Sempre senti que cada palavra que eu escrevo elimina um pequeno fardo do celeiro dos sentimentos que a vida não me permitiu viver na totalidade, sendo talvez esta a única forma que encontrei de compartilhá-los com os leitores que assimilem e transformem toda essa energia potencial em ações ou, ao menos, imaginações inesquecíveis.

De qualquer forma, independentemente da tiragem ou do número de edições que venham a existir futuramente, levo comigo a certeza de que cada uma das pessoas que tiver acesso a este livro sentirá, a cada linha que for lida, o meu sincero agradecimento a si e a todos aqueles e aquelas que participaram comigo no processo de sua publicação, seja com críticas ou sugestões, seja simplesmente como fonte de inspiração, cujos nomes, para evitar quaisquer omissões ou injustiças, manterei no anonimato, porém indeléveis, para sempre, em meu coração.

Muito obrigado e bem-vindos à boemia!

domingo, 15 de junho de 2008

Variações de um mesmo amor.

...

O amor que recebo (pode ser / pode não ser)
o amor que quero (mas é / mas não é)
o amor que sonho (porém / pois)
o amor que preciso (é menor que / é maior que)
o amor que mereço.

Às vezes, penso no amor,
às vezes, amo só aquela em quem penso.

Às vezes, entendo a mim mesmo,
às vezes, não quero me entender.

Às vezes, curto o que escrevo,
às vezes, o que escrevo é curto demais.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Budapest e Viena.

Olá amigos e amigas! É bom estar de volta depois de algum tempo de silêncio neste blog. Como alguns já sabem, estive em viagem durante a semana que passou e tive oportunidade de visitar as duas belas cidades que menciono no título do nosso texto de hoje. Vou tentar levar vocês em fantasia para lá comigo, agora! Fechem os olhos... opa, não, melhor não, daí não dá para ler... Viajemos de olho aberto mesmo!

Em Viena, tive uma passagem rápida, de um só dia, na companhia de um colega de trabalho carioca (que rapidamente me designou para ser seu fotógrafo particular, apesar de minha total inabilidade com essas maquininhas). É uma cidade definitivamente glamurosa, com toneladas de cultura sendo exaladas de cada edifício, de cada esquina, de cada monumento dedicado aos mestres da música e da arte. A riqueza que se vê nos castelos da dinastia reinante na época do império austro-húngaro é algo de uma imponência indescritível. Vale ressaltar também os calçadões supermovimentados com pessoas das mais diversas origens, que dioturnamente superlotam os tradicionais cafés ao ar livre.

Budapest é um daqueles lugares que vale a pena se visitar. O Rio Danúbio, (que, creiam-me, pois não é piada, é a divisa entre Buda e Pest), as praças e os monumentos, os variados estilos arquitetônicos, uma combinação mágica de imagens que proporcionam uma atmosfera tão romântica que me fez desejar ter ao meu lado a mulher da minha vida, que desta feita, infelizmente porém, não pôde estar presente.

Portanto, não posso chamar de programa ideal para o local o city tour que fiz em um ônibus com outros 32 marmanjos dos diferentes cantos do mundo, que tinham em comum apenas os fatos de trabalharem na mesma empresa e de estarem todos ávidos por cerveja. Ah, para não ser omisso, havia também em nosso pequeno mundo de Marlboro uma simpática jovem senhora chinesa recém-casada e séria, além de uma não tão jovem senhora húngara apreciadora de Goulash que era nossa guia turística, logo, nenhum jaguara de plantão se daria bem no grupo.

Felizmente, o "Marlboro City Tour" durou só 3 horas. Programações variadas e situações mais interessantes se seguiram, como três passagens que registro aqui, que foram minhas preferidas:

1) A visita com direito a degustação em uma destilaria centenária de bebidas, nos arredores de Budapest, reconstruída e ultra-modernizada recentemente após ter sido praticamente destruída durante os anos de dominação soviética. Eles produzem um tipo de licor digestivo de alto teor alcoólico denominado UNICUM, ao qual são atribuídas propriedades de cura das mais variadas (combinava bem com o grupo em questão, tenho certeza que vocês entendem o que quero dizer... hehehe);

2) O jantar no restaurante Fortuna, localizado no distrito dos castelos, onde existe uma câmara no subsolo, praticamente uma caverna, que abriga uma pequena linha de produção artesanal de espumantes, na qual os visitantes famosos, ao longo dos últimos séculos, produziram seus próprios espumantes originais, que permanecem em exposição na tal câmara, desde fabricados. Um verdadeiro museu etílico (dizer que também combinava com o nosso grupo de visitantes é desnecessário);

3) A cômica pelada de futebol disputada entre meus colegas de empresa, numa grande fazenda de criação de cavalos e muitos outros bichos, localizada em uma zona rural distante cento e poucos quilometros ao sul de Budapest. Afinal, de que outra forma poderia acabar uma visita a um lugar com tanto gramado plano disponível, tendo tanto homem junto??? Aliás, nunca vi tanto perna-de-pau por metro quadrado. Não me perguntem quem ganhou, pois eu dormi depois de ter bebido algumas cervejas e algumas doses de Unicum. Acordei com o característico barulho do violino da banda de música cigana, que iria animar nosso jantar com direito a performance de dança de três jovens casais em trajes típicos, sendo que os garotos executavam um tipo muito peculiar de sapateado, que de alguma forma me fez lembrar dos "Três Patetas" daquela série antiga de TV!

Evidentemente não pretendia cansar vocês com tantos detalhes da viagem, mas acho que me distraí e já os cansei... hehehe... Abraços,

P.S: Indico abaixo, para aqueles que tiverem interesse, os links para os sites oficiais de informações túristicas de Budapest e Viena:
http://www.budapestinfo.hu/en
http://www.wien.info/

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Viva a Segunda-Feira!

Mais que uma homenagem à segunda-feira...

Um convite à vida, sem contra-indicações.

Vamos viver hoje, aproveitar o nosso dia!

Superar nossos próprios obstáculos e limitações.

Sorrir mais que o habitual. Cantar, dançar.

Pensar em quem amamos para poder rejuvenescer.

Perceber o brilho dos olhos das pessoas que estão à nossa volta.

Ouvir as pessoas que queiram nos dizer alguma coisa.

Promover diálogos que valham mais que qualquer discurso.

Dormir somente depois de compreender porque acordamos.

Sonhar em fazer tudo isso novamente amanhã.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Dez vezes por quê?

Por que o prazer encanta mais que o querer?

Por que o erro aparece mais que o acerto?

Por que o silêncio esclarece mais que o afeto?

Por que o diamante brilha mais que o olhar?

Por que o espelho reflete mais que a alma?

Por que o trabalho enobrece mais que o dom?

Por que o ignorar cativa mais que o desejar?

Por que o abandonar revela mais que o respeitar?

Por que o desatar do nó desafia mais que o preservar do laço?

Por que a pergunta espera mais que a resposta?

quarta-feira, 23 de abril de 2008

A importância de um incentivo.

Em tempos de tantas contradições aos valores humanitários dignos e tradicionais, sejam elas físicas como a violência urbana ou as guerras, sejam psíquicas como o preconceito ou o fanatismo, talvez seja hora de desligar um pouco a televisão, parar de "dar Ibope" e buscar, no nosso próprio histórico e também no relato de outras pessoas que ainda merecem ser chamadas de pessoas, razões para continuar a acreditar que o mundo ainda é uma criação viável e, à medida do possível, tentar multiplicar essa crença, que a cada dia parece diminuir mais.

No último domingo, ao invés de assistir a "revista eletrônica do plim-plim" (que aliás não assisto nunca), pude presenciar o resultado de um incentivo dado na hora certa, um desses marcos que todos deveriam ter vontade e oportunidade para atingir na vida, que é a formação universitária, sendo alcançado por um jovem de origem extremamente simples, através do seu próprio esforço, a partir dos recursos por ele conquistados com o seu trabalho, representando mais um passo dado em direção à sua merecida história de realização pessoal e profissional.

OK, muitos poderiam dizer: "quanta cena por uma formatura!"...

A esses muitos, creio que caberia perguntar quais têm sido os assuntos de suas conversas de rotina... Temo que toda essa barbaridade veiculada recentemente por aqueles meios de comunicação que, a princípio, foram idealizados para informar e educar, mas que têm se comportado como se fossem um bando de cavaleiros de um apocalipse de interesses, esteja ocupando demais os cérebros desses muitos.

Pouco provavelmente serei visto, em sã consciência, em algum ato público que tenha maior alcance que alguns discursos inflamados na Kombi do Brunão ou em alguma mesa de bar, mas enquanto voz amiga, estarei presente, independentemente do teor alcoólico, para todos aqueles que acreditarem em si mesmos e a quem minha experiência de vida puder servir para algum propósito digno.

Tenho certeza que a vida deste jovem que se formou no domingo mudou para melhor. E tenho certeza que, mesmo neste cenário aparentemente desfavorável e de pouca esperança, ele saberá multiplicar e compartilhar o que recebeu com outras pessoas hoje em situação semelhante a que ele estava há cinco anos que talvez estejam assistindo TV demais e agindo menos pró-futuro. Desnecessário dizer que ele não precisará fazer isso com pessoas que lêem ou escrevem textos como esse aqui, que assim como nós e ele, em algum momento da vida, tivemos a oportunidade e passamos a ter o dom e a entender a responsabilidade de agir como multiplicadores do bem que ainda resta!

terça-feira, 15 de abril de 2008

O Geninho Profeta.

Na manhã de 12/04 - era um daqueles dias que chamamos de sábado - levantei-me no meu horário de costume dos sábados, por volta das 10h.

Ao sair de minha alcova e dizer bom dia, recebi a resposta direta de um pequeno inquilino que havia dormido em minha casa (aquele imóvel que tem o endereço que regularmente utilizo para comprovar residência):

- "Bom dia, peladão!" (eu trajava calças compridas, só não tinha tido energias para vestir a camisa... até de meias acho que eu estava...)

Após reunir os parcos caquinhos que sobravam do eu da noite anterior, vesti a camisa e consegui cumprir toda a rotina de quem tenta acordar.

Sentei-me na ala juvenil do parque de diversões em forma de casa (definição do inquilino geninho) onde fica o computador e parti para minha rotina lúdica dos sábados, que é um baralhinho on-line.

Passadas as primeiras 3 horas de renascimento pós-ressaca, o Sr. Pai do geninho adentra o parque de diversões e dirige-se a ala juvenil.

Até então, tudo normal.

Nenhum sentimento interior suspeito.

Repentinamente o geninho solta a seguinte frase:

- "Vá no banheiro!"

O pai do geninho, envergonhado, profere:

- "Que modos são esses? Por que falar assim com o Italo????"

Ao que o geninho prontamente responde:

- "Olhe o pé dele!"

Achando que tinha pisado na m... ou algo que lembrasse isso, olhei assustado para meu pé e, creiam-me, nada anormal a declarar...

O geninho, com toda a calma do mundo, esclareceu:

"Ele está com o pé balançando, isso é vontade de ir no banheiro!"

E a profecia durou dois dias...

Perdi até a apresentação da Trupe de Elite no Botequim.

Das duas, uma: ou não convido mais o piá para dormir em casa, ou preciso tomar cuidado com o que como na sexta à noite...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

O tudo e o nada.

Tudo aquilo que sentimos não é nada do que parece ser,

mesmo que nada nos faça tudo parecer tão impossível.

E nada do que a gente possa fazer vai se tornar tudo,

se tudo que a gente fizer não se tornar nada no final.

Pois quase tudo que passa e não deixa quase nada,

não é quase nada comparado à quase tudo que fica.

E mesmo que tudo nunca deixe de ser quase nada,

nada vai nos deixar esquecer o que quase foi tudo.

E quando tudo o que for já não nos significar mais nada,

nada mais poderá nos trazer tudo o que fomos de volta.

E se, após acontecer tudo, nos flagrarmos sem entender nada,

talvez nada tenha acontecido para que tudo fosse entendido!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Memórias da saideira do posto de gasolina.

Antes daquele indivíduo misterioso - um alter ego qualquer que se manifesta nas madrugadas de segunda para terça-feira - decidir interromper o sossego em que ela se encontrava naquela geladeira do posto de gasolina da esquina, ela era apenas mais uma latinha de cerveja em meio a tantas outras. Tranqüila, em busca da temperatura ideal, sonhando em ser o primeiro gole da noite de alguém, o qual normalmente é reconhecido como o melhor dos goles. Pobre latinha... Mal sabia que seria a vítima de um atentado à nobreza da cerveja, que só comete quem já sequer tem vontade de beber, mas que, no embalo dos discursos impensados proferidos na embriaguez, reluta em abandonar a companhia da lata, que naquele momento ímpar, às entranhas cerebrais do alcoolizado, parece ser a única a compreender o incompreensível. E nesse calvário, a pobre latinha, que tanto sonhara proporcionar prazer a alguém em começo de festa, se sente esquentar. E se sente esquecida. E, ao se ver pela metade, quente, sem mais nenhum sentido de ser, sente-se desabar em meio a tantas outras gêmeas infelizes, que também tiveram destino semelhante. Felizes daquelas que saíram cedo da geladeira, em melhores mãos. Ou não.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Feliz Páscoa.

A poucas horas de fechar as gavetas para mais um feriado prolongado, percebi que, desde que me conheço por gente, pela primeira vez na vida, no ano em que completarei quarenta anos, me encontro sem quaisquer planos para os dias de folga que se aproximam.

Nem viagens por estradas deterioradas, nem esperas intermináveis em aeroportos entupidos de gente, nem visitantes para ciceronear, nem churrascos, nem cantorias. Nada marcado de sexta a domingo.

Acho que vou aproveitar todo esse tempo livre para me lembrar das Páscoas passadas. Tentarei repassar uma a uma, desde a época em que eu acreditava no coelhinho, com aquelas festanças que reuniam toda a família, lá na pequena Rio Claro, no interior de São Paulo.

Acredito, que, em cada lembrança, surgirá um misto de alegria e nostalgia. Provavelmente, da maioria dessas Páscoas, eu sequer me lembre de alguma coisa além dos desejos de felicidade trocados em família (desses, por sinal, eu me lembro muito bem).

E na Páscoa deste ano, um desses desejos tão queridos, um telefonema em especial, me fará muita falta. Em compensação, tantos outros, os que ainda me são possíveis neste plano em que vivemos, serão certamente manifestados, começando agora mesmo:

Feliz Páscoa para você e sua família!

segunda-feira, 10 de março de 2008

Alma de sonhador.

Nesses quase 7 anos morando aqui na Capital Ecológica, tive diversas chances de conhecer e me relacionar com vários tipos de pessoas. Pessoas amigas, pessoas pseudo-amigas, pessoas que gostariam de ser amigas mas vivem ocupadas demais, pessoas que provavelmente nunca serão amigas nem de si mesmas, enfim, pessoas e "pessoas".

Hoje me sinto à vontade para prestar homenagem a uma das pessoas mais pessoas que conheci em Curitiba, que é o Samuel Rangel, meu comparsa. Sem pieguices, nem rodeios, até porque, nossa amizade nos poupa de tais expedientes. O que tenho a dizer é que meu comparsa tem alma de sonhador e, nos seus sonhos, ele materializa um mundo de música, teatro e poesia, onde a vida das pessoas é muito melhor.

O bom é perceber que, a cada novo sonho, o Samuel melhora.

E se o Samuel melhora, o João Henrique melhora.

E a The Best Big Beautiful Black Brooklin Brothers Blues Band melhora.

E a Companhia Anjos Boêmios melhora.

E o mundo inteiro melhora.

Para quem quiser conhecer melhor a obra de Samuel Rangel, basta clicar ali em cima à direita, na minha lista de Blogs.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

As armadilhas da semântica.

A semântica (do grego σημαντικός, derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, tem-se diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, mas com conceitos e enfoques diferentes.

Alguma coisa me diz que esse texto terá múltiplas interpretações. Acho que até eu mesmo, se ao terminar de escrevê-lo, resolver parar para ler o que escrevi, vou entendê-lo de uma maneira diferente. Se é assim com o que se escreve e lê, imagine com o que se fala e escuta?

Durante essa semana, em duas daquelas não tão raras ausências do terreno seguro, porém entediante da sobriedade, me senti emboscado e quase acabei sendo capturado pelas armadilhas da semântica.

Nevou em Curitiba em 1979 apesar de ter nevado mais em 1975. Até agora não entendi porque recebi um torpedo assinado animalzinho. O Clube Atlético Paranaense foi fundado em 1924, fruto da união do Internacional e do América. E eu não acredito no He-Man!

Ainda bem que existe o "EU NÃO VIM", que nos dá aquela confortável sensação de se eu não lembro eu não fiz, para nos salvar desses momentos difíceis aos quais a embriaguez nos submete...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

A Volta da Segunda Sem Lei.

Segunda-feira, casa cheia. Um público que não poderia ser melhor (salvas raríssimas ausências que certamente foram sentidas). A The Best Big Beautiful Black Brooklin Brothers Blues Band está de volta ao Botequim e, o melhor de tudo, é não precisar comentar nada. Obrigado!

sábado, 26 de janeiro de 2008

O Samba dos Sentimentos.

Hoje o que é real vai virar samba,
e se esconder atrás da fantasia.
A tristeza vai dançar na corda bamba
e se perder no meio da alegria.

A maldade vai querer mudar de vida,
e brincar de ser feliz com a bondade.
A ilusão vai sacudir essa avenida,
pra emoção contagiar toda a cidade.

Não vale sentimento que não sente,
Nem conta sonho que não acontece.
O samba tem que ser bola pra frente,
Do jeito que quem ouve, nunca esquece.

O medo e a coragem vão cantar
no coral de formatura da esperança.
A paixão vai esperar o amor passar,
sentir saudade do seu tempo de criança.

Se de repente, a solidão aparecer
e fizer cena porque não foi convidada,
só a vergonha ela irá reconhecer,
já que a dor tentou entrar e foi barrada.

Não vale sentimento que não sente,
Nem conta sonho que não acontece.
O samba tem que ser bola pra frente,
Do jeito que quem ouve, nunca esquece.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Ode à inspiração.

De onde vem essa musa errante, que se apresenta sob a forma de uma aliada invisível? E por que razão ela insiste em elevar meus sentidos, entrelaçar meus pensamentos, materializar meus sonhos outrora impossíveis e superar o medo presente da indiferença alheia?

Quais são os interesses ocultos que ela pode ter em fornecer seu brilho gratuitamente? Ao questioná-la com esse ar desconfiado, sei que posso ofendê-la, mas prefiro perdê-la verdadeiramente a mantê-la inerte, como erroneamente fiz com algumas das musas reais que tive, e que hoje são somente lembradas como ilusões passageiras em minha vida.

E se ela se mantiver mesmo assim, tão nobre? Que eu me entregue então eternamente a essa misteriosa, que já imaginei como se fosse uma amiga fiel, uma amante voraz, ou uma paixão desconhecida; essa que é a tempestade que devasta em minutos minhas linhas em branco, transformando-as em versos; essa, cujas carícias proliferam perfeitas no íntimo do meu ser. Essa, a quem simplesmente chamo INSPIRAÇÃO.