quinta-feira, 25 de junho de 2009

Pequenina.

Ser pequenina é irradiar beleza homeopaticamente, em doses iguais,

E ter a certeza de que o amparo pode tardar, mas não faltará jamais.

É ser um bonsai frondoso rodeado pelas lindas cores do jardim da vida,

E ser tão exuberante quanto as pétalas são para a primavera florida.


É carregar em um sorriso tudo aquilo que acreditar que é preciso.

E sonhar com um castelo de amor onde possa construir seu paraíso.

É se sentir gigante nos momentos em que a luta da vida lhe desafia,

E considerar mais importante cada pessoa querida em quem confia.


É saber que seu aniversário será sempre lembrado,

E querer transformá-lo em um sonho encantado,

Para ter todos aqueles que ama ao seu lado.


É caminhar entre passos de realidade e fantasia,

E acreditar possuir tudo o que mais queria,

Para aceitar como presente esta pequenina poesia.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Soneto do Alto da Glória.

...



Daqui do alto, veem-se prédios imóveis que não veem.

Veem-se carros que, apesar de móveis, também não veem.

Vê-se que as pessoas que passam, às vezes, também se veem.

Vê-se que, ultimamente, as pessoas só querem se ver às vezes.



Daqui do alto, parece que tudo que aparece é enorme.

Parece que a saudade, que não aparece, também é enorme.

Parece também que, às vezes, não aparecer, também faz crescer.

Parece que, ultimamente, eu só quero aparecer às vezes.



O alto, nem sempre é da glória, também pode ser da quinze - Espera!

Quinze de novembro é o dia que só aparece uma vez por primavera -

Para quem vive ou vegeta ao sul da linha que ao meio divide a Terra.



Da glória, nem sempre precisa ser o alto, também pode ser a marina -

Aquela das lanchas, no Rio, que apesar de bela, não parece ser gentil -

Que traz a saudade da juventude de outrora, aqui pro Alto da Glória.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Segunda Gelada

Não, não se trata daquela maravilhosa garrafa de cerveja vestida de noiva que o garçom costuma trazer quando a primeira da noite acaba.

Também não é aquela situação imaginária em que você se encontra no auge do charme, duas pessoas muito atraentes lhe dão a maior bola e você, friamente e com ar decidido, ignora uma após a outra, na ilusão de que o destino reserva alguém melhor para lhe provocar paixão.

É simplesmente um mês de junho que começou, caprichosamente, com uma segunda-feira em que os termômetros, ao serem despertados pela chegada da manhã cinzenta, não precisaram de mais que um dígito solitário para cumprir o seu papel informativo com gélida precisão.

É a natureza, que novamente mostra sua face mais dominadora, aquela que arranca das pessoas a necessidade da procura por calor humano, companheirismo e aconchego, à espera do florescer de uma amena primavera que anuncie triunfante a proximidade de um novo verão.

É o momento da adega se sentir mais fundamental que o freezer.

Das pantufas demodês caminharem mais que as vedetes havaianas.

E dos aquecedores elétricos aumentarem drasticamente de preço...