quarta-feira, 24 de junho de 2009

Soneto do Alto da Glória.

...



Daqui do alto, veem-se prédios imóveis que não veem.

Veem-se carros que, apesar de móveis, também não veem.

Vê-se que as pessoas que passam, às vezes, também se veem.

Vê-se que, ultimamente, as pessoas só querem se ver às vezes.



Daqui do alto, parece que tudo que aparece é enorme.

Parece que a saudade, que não aparece, também é enorme.

Parece também que, às vezes, não aparecer, também faz crescer.

Parece que, ultimamente, eu só quero aparecer às vezes.



O alto, nem sempre é da glória, também pode ser da quinze - Espera!

Quinze de novembro é o dia que só aparece uma vez por primavera -

Para quem vive ou vegeta ao sul da linha que ao meio divide a Terra.



Da glória, nem sempre precisa ser o alto, também pode ser a marina -

Aquela das lanchas, no Rio, que apesar de bela, não parece ser gentil -

Que traz a saudade da juventude de outrora, aqui pro Alto da Glória.

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