quinta-feira, 31 de julho de 2008

Composição com C.

...



Como controlar a força de uma paixão?

Chega de mansinho, bem devagarinho...

Começa com um simples pensamento e

Concentra-se no fundo do coração.



Cresce com o passar das horas...

Carinhosamente invade a alma,

Cativa cada momento de reflexão e

Culmina dominando todos os sentidos.



Como fosse uma estrela do firmamento,

Cintila numa intensidade fulgaz,

Carregando seu manto de energia e

Conduzindo a um paraíso inebriante.



Cantando, em meio ao torpor do seu brilho mágico,

Compartilho o vento com uma nuvem que passa.

Causo grande surpresa aos pássaros e aos anjos,

Cravando no céu um beijo com sabor de primeiro.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Quase Por Querer

...

A aproximação, ainda que tardia, foi natural...

O olhar, embora discreto, já não era esporádico.

A máscara, que disfarçava o desejo, caíra ao chão.

O certo, sem mais importar, se rendeu à paixão.

E esta se ofereceu, sem rodeios, para acontecer.

Poderiam tê-la aproveitado, se não fosse impossível.

Pensariam no futuro juntos, se não fosse o passado.

Viveriam felizes, sabe-se lá por quanto tempo,

até que os sonhos despertassem pesadelos,

a presente insegurança virasse cobrança e

o primeiro beijo se tornasse a última lembrança...

Não, não se permitiram passar por tal provação.

Continuaram seu caminho, sem riscos, sem mágoas.

E se desejaram mais a cada novo encontro.

E se encontraram todo dia. Quase por querer...

terça-feira, 29 de julho de 2008

Aventuras no Caribe.

Mojitos... Cohibas... Guantanamera... Che Guevara... Pollo con Papas...

É bastante comum para quem visita a "Ciudad de La Habana" se deparar ao menos uma vez com estes cartões postais apresentados em forma de coquetéis, charutos, música, herói nacional e comida típica.

Semana passada, com este que lhes escreve, não foi diferente. Devo ter bebido uns 20 Mojitos, fumei um Cohiba daqueles que demoram duas horas e meia para acabar, ouvi Guantanamera umas 50 vezes, vi umas 100 fotos do Che espalhadas em tudo que era loja de Souvenirs e comi Pollo con Papas, às vezes fritas, às vezes assadas, outras vezes cozidas, e também chips e em purê... haja frango com batata!

Mas a charmosa ilha de Cuba tem muito mais do que isso a oferecer...

O que escrever sobre o Cabaret Tropicana? Posso afirmar que foi um dos shows mais extraordinários e bem produzidos que já vi. Acho que merece mesmo ser reconhecido como a melhor casa de espetáculos do mundo. Para quem quiser uma amostra do que se vê lá, basta dar uma pesquisada no Google ou no You Tube. Para facilitar, deixo aqui um link:

www.netssa.com/tropicana.html

Uma visita a Viñales, em Pinar del Rio, apesar de ser um pouco longe (uns duzentos quilômetros distante de Havana), é interessante para quem curte o turismo-natureza, a região é montanhosa e tem como principal atração a "Cueva del Indio", uma caverna ornamentada com estalactites, estalagmites e várias formações rochosas curiosas, entre elas o rosto do índio que nomeia o lugar. Só não se pode esquecer de um bom repelente, pois tem mato e mosquito prá todo lado...

Já para os menos ecoturistas e mais apreciadores da boemia, como eu, vale visitar o Museu do Ron Habana Club, que, além do conhecimento sobre o processo de fabricação e envelhecimento daquela tão típica bebida cubana, proporciona também a oportunidade de degustar, entre Mojitos e coquetéis, uma dose do Ron Habana Club Añejo 15 anos.

Teria que escrever um livro inteiro se quisesse detalhar tudo o que existe para se ver e aprender por lá. E, para que ficasse bem escrito, teria que voltar a Cuba e conhecer mais pessoas nativas, entender melhor sua cultura. E com sorte, reveria a cantora que se apresenta no tradicional restaurante Tocororo, ouviria novamente aquela voz mágica e tentaria compreender de onde vem a energia daquele brilho no olhar que parece fazer parte da orquestra... Um dia, quem sabe.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Dois meses... (Um homem, Uma mulher)

...

Julho e Janeiro...

Férias...

Inverno e Verão...

Opostos...

Cada um com sua receita...

Se faz Frio...

Vinho e Aquecedor;

Se faz Calor...

Caipirinha e Praia.

Se for hora de música,

o bom amigo é o violão;

Se for melhor ler,

convido minha turma de livros.

Se quiser me sentir ao seu lado,

basta fechar os olhos.

Se quiser sorrir, basta pensar em nós dois,

e lembrar o quanto lhe quero.

Se quiser me ver sorrir, a qualquer hora,

basta me enxergar em seu espelho.

Se quiser amar e querer mais,

basta me imaginar com você...

quarta-feira, 9 de julho de 2008

O espírito do compositor.

Compor é um estado de espírito.

Espíritos tranqüilos compõem paz,

Espíritos em paz compõem alegria.

Espíritos alegres compõem luz,

Espíritos iluminados compõem magia.

Espíritos mágicos compõem sonhos,

Espíritos sonhadores compõem boemia.

Espíritos boêmios compõem paixão,

Espíritos apaixonados compõem todo dia.

Poderíamos compor algo hoje...

Ou amanhã, se hoje não for o seu dia.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Seleção sem povo (Ruy Castro).

O excelente jornalista e escritor Ruy Castro, há um ano, escreveu esta crônica. Muito atual, por isso a transcrevo para vocês, amigos e amigas... ela me fez lembrar daquele desabafo de torcedor frustrado, que escrevi em novembro de 2007, que se encontra através do link:
http://italo-jr.blogspot.com/2007/11/morumbi-21-de-novembro-de-2007.html


SELEÇÃO SEM POVO [18.06.2007]

De 1958 a 1982, o Brasil teve um caso de amor com sua seleção de futebol. E ela fazia por onde: venceu três Copas do Mundo, jogou partidas memoráveis no Maracanã e no Morumbi e consagrou três gerações de jogadores. Havia mais craques na praça do que vagas no time, e nada superava a honra de uma convocação.

Fora da seleção, esses jogadores entravam em campo todos os domingos por seus clubes - nossos clubes. Podiam ser amados ou odiados no fragor doméstico, mas, no que vestiam a camisa amarela, cessava o vodu. A seleção tinha até torcedores próprios, e não apenas entre os que só se ligam em futebol na Copa por um vago ardor patriótico.

Mas isso acabou. A seleção é, há muito, um feudo de jogadores que atuam no exterior, defendendo camisas com as quais nada temos a ver. Por vários motivos, também não a assistimos em nossos estádios - há sete anos, por exemplo, ela não joga no Rio. E, como aconteceu na última Copa, a seleção, convocada na Europa, não veio ao Brasil nem para pedir a bênção do povo que representava. Deu no que deu.

As razões são muitas, mas o fato é que a seleção se divorciou do povo. Não é mais o Brasil. Reduziu-se a uma legião estrangeira que, mecanicamente, canta o hino antes do jogo. Ex-ídolos nacionais como Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho preferem jogar por seus milionários clubes que pela seleção. E estão certos: só quem vai à Europa sabe o que eles representam em paixão para os torcedores desses times. São deuses em Milão, Barcelona, Madri.

Vem aí uma opaca Copa América. Os craques a desprezam e a torcida brasileira, com razão, também não está nem aí. Qualquer campeonato local envolvendo o Arapiraca, o Botucatu ou o Cascavel será mais emocionante, se um desses for o nosso clube de coração. A camisa precisa estar perto do peito.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Colóquios de um Boêmio Cantador.

Prefácio

Com um título como este, não resta muito a dizer sobre o que se pode esperar desta obra que, longe de ser um clássico ou um "best-seller", tem como principal objetivo apresentar aos seus leitores um conjunto despretensioso de crônicas e devaneios na forma de textos, criados em momentos dispersos, que foram acumulados ao longo dos últimos dois anos, além de algumas letras para canções em sua maioria românticas, estas normalmente compostas de alegria sonhada ou de dor abafada, algumas vezes à luz da sobriedade, outras, à sombra de sentimentos que só podem ser despertados nas noites sem fim; muitas vezes no intuito de provocar apenas e tão somente sorrisos efêmeros, mas, em outras tantas, de transmitir opiniões e delinear pensamentos perenes.

Ou não. Sempre senti que cada palavra que eu escrevo elimina um pequeno fardo do celeiro dos sentimentos que a vida não me permitiu viver na totalidade, sendo talvez esta a única forma que encontrei de compartilhá-los com os leitores que assimilem e transformem toda essa energia potencial em ações ou, ao menos, imaginações inesquecíveis.

De qualquer forma, independentemente da tiragem ou do número de edições que venham a existir futuramente, levo comigo a certeza de que cada uma das pessoas que tiver acesso a este livro sentirá, a cada linha que for lida, o meu sincero agradecimento a si e a todos aqueles e aquelas que participaram comigo no processo de sua publicação, seja com críticas ou sugestões, seja simplesmente como fonte de inspiração, cujos nomes, para evitar quaisquer omissões ou injustiças, manterei no anonimato, porém indeléveis, para sempre, em meu coração.

Muito obrigado e bem-vindos à boemia!