Em tempos de tantas contradições aos valores humanitários dignos e tradicionais, sejam elas físicas como a violência urbana ou as guerras, sejam psíquicas como o preconceito ou o fanatismo, talvez seja hora de desligar um pouco a televisão, parar de "dar Ibope" e buscar, no nosso próprio histórico e também no relato de outras pessoas que ainda merecem ser chamadas de pessoas, razões para continuar a acreditar que o mundo ainda é uma criação viável e, à medida do possível, tentar multiplicar essa crença, que a cada dia parece diminuir mais.
No último domingo, ao invés de assistir a "revista eletrônica do plim-plim" (que aliás não assisto nunca), pude presenciar o resultado de um incentivo dado na hora certa, um desses marcos que todos deveriam ter vontade e oportunidade para atingir na vida, que é a formação universitária, sendo alcançado por um jovem de origem extremamente simples, através do seu próprio esforço, a partir dos recursos por ele conquistados com o seu trabalho, representando mais um passo dado em direção à sua merecida história de realização pessoal e profissional.
OK, muitos poderiam dizer: "quanta cena por uma formatura!"...
A esses muitos, creio que caberia perguntar quais têm sido os assuntos de suas conversas de rotina... Temo que toda essa barbaridade veiculada recentemente por aqueles meios de comunicação que, a princípio, foram idealizados para informar e educar, mas que têm se comportado como se fossem um bando de cavaleiros de um apocalipse de interesses, esteja ocupando demais os cérebros desses muitos.
Pouco provavelmente serei visto, em sã consciência, em algum ato público que tenha maior alcance que alguns discursos inflamados na Kombi do Brunão ou em alguma mesa de bar, mas enquanto voz amiga, estarei presente, independentemente do teor alcoólico, para todos aqueles que acreditarem em si mesmos e a quem minha experiência de vida puder servir para algum propósito digno.
Tenho certeza que a vida deste jovem que se formou no domingo mudou para melhor. E tenho certeza que, mesmo neste cenário aparentemente desfavorável e de pouca esperança, ele saberá multiplicar e compartilhar o que recebeu com outras pessoas hoje em situação semelhante a que ele estava há cinco anos que talvez estejam assistindo TV demais e agindo menos pró-futuro. Desnecessário dizer que ele não precisará fazer isso com pessoas que lêem ou escrevem textos como esse aqui, que assim como nós e ele, em algum momento da vida, tivemos a oportunidade e passamos a ter o dom e a entender a responsabilidade de agir como multiplicadores do bem que ainda resta!
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