Nas últimas semanas que antecederam o Dia dos Pais, eu me sentia um tanto quanto angustiado. Tipo assim, meio eu, meio ninguém.
Várias vezes eu me encontrava fazendo coisas só por fazer, como se quisesse apenas que o tempo passasse logo. Não sabia se estava deprimido, ou se estava só introspectivo demais. É uma sensação curiosa, mesmo agora que já passou. Muitos amigos, pessoas queridas, reparavam e perguntavam algo, faziam comentários, enfim, que eu estava diferente do meio eu que eu sou e, como agora tento me fazer entender, mais parecido com o meio ninguém que esteve em mim.
Esse foi o primeiro Dia dos Pais que eu passei sem o contato em vida com o bom Italo Bovo, essa metade de mim que precocemente se foi e me deixou um vazio que ninguém pode ocupar. E sempre que ninguém ocupa, acabo me tornando meio eu, meio ninguém. Sei que aos poucos, o meio eu vai trilhar mais e mais os passos que o Italo Bovo que se foi deixou para serem seguidos e, com isso, ninguém terá que ocupar a outra metade de mim que não seja eu mesmo. Até lá, ninguém precisa se incomodar muito, porque ninguém vai sair perdendo. Nem meio eu.
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2 comentários:
Então Ítalo, eu tinha deixado um comentário p vc mas acho q não soube postar...
Falei a respeito desse sentimento que só se traduz na língua portuguesa: a tal da saudade!
Ah...qta saudade de nossos pais q já se foram, ou seria mais correto dizer q renasceram?
É interessante como essa saudade se assentua nos dias mais apropriados a sentí-la...pode reparar como é verdade...
Enfim...escrevi um tempinho atrás umas palavras ao meu pai e gostaria de compartilhá-las com vc!
Oi meu pai...
Faz exatamente 1 ano , nove meses e um dia que não nos vemos...
Quanta saudade...
Que vontade de ficar ao seu lado...
Que vontade de ver seu sorriso...
Que vontade de simplesmente ver seu rosto
abrindo a porta quando eu chegava aí na sua casa...
Oh! Meu pai!!!
Quanta saudade!!!!
Que falta sinto da nossa cumplicidade...
Dos nossos momentos juntos...
Tantas tardes em silêncio...
Mas tanto nos falávamos neste silêncio...
Nossa presença já era bastante para acalmar nossos corações aflitos...
Pai...
Se não nos abraçamos o suficiente...
Se não nos beijamos o suficiente...
Se não nos falamos o suficiente...
Se não nos entendemos o suficiente...
Suficiente foi nossa história de pai e filha...
Quanto amor sentimos um pelo outro!!!
Quanto cuidado um com o outro!!!
Pai...
Quando o senhor se foi para a vida verdadeira...
para a essência do seu eu real...
eu senti como se meu chão desaparecesse...
Como se o mundo perdesse o seu encanto....
Onde estaria quem eu tanto amava???
Por que caminhos solitários eu agora caminhava???
Quem me olharia na escuridão da noite???
Quem me defenderia de qualquer coisa mesmo que infundada???
...continuando dia 16/06/2007 níver da mãe 80 anos
Ah meu paizinho querido...
Quanta falta o senhor me faz...
Tenho lágrimas sentidas que teimam em cair...
mesmo tentando detê-las...é mais forte que eu...
deixo que rolem acalmando assim meu coração de filha ...
Não queria sofrer por essa falta de chão...
Meu esteio se foi e eu me sinto só pai...muito só...
Olho sua foto....
Rezo por seu descanso...(merecido)
Mas não deixo de ser egoísta e querê-lo sempre por perto me velando...
Me amparando como sempre...
Se pudesse fazer um pedido ao Pai Maior
Pediria um último abraço...
Continue a ser meu Anjo Protetor...meu guia...
Beijo grande
Saudade...
Obrigado Thais, por compartilhar tantas palavras bonitas. Um grande abraço,
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