Agora há pouco, nesta tarde de sexta-feira chuvosa, me encontrei cumprimentando um amigo, que está completando 33 primaveras nesta mesma data. Lá pelas tantas, no meio da conversa, ele me surpreendeu com a notícia de que, mais breve do que eu imaginava, ele estará trocando de time naquela tradicional pelada futebolística de final de semana, deixando o meio-campo da equipe dos noivos, para ser meu companheiro de defesa na equipe dos casados. Ele que, como eu, em outras épocas, havia sido também artilheiro do time dos solteiros.
Senti uns três tipos diferentes de angústia, ao saber de tal decisão, lembrando inclusive, das minhas próprias transferências, ocorridas há tantos anos que já nem me lembro bem. Mas aí me pus a pensar...
Quem quiser saber o que é chegar aos 40 anos, definitivamente tem que passar por outros 39... E, nesse processo, não adianta fantasiar o quanto seria agradável se fosse possível ter a idade e a liberdade de outrora, possuindo a experiência e tudo que foi conquistado a cada ano.
Até porque, via de regra, a maioria das decisões comprometedoras ironicamente acontece quando acreditamos ter experiência de sobra, seja aos 25, 33 ou 40 anos de idade. A ilusão do "estar no controle"...
Esses pensamentos me reconfortaram um bocado. Trata-se apenas de mais um jovem de meia-idade seguindo a ordem "natural" das coisas.
Afinal, se algo não correr bem, é só mudar de time de novo, e procurar uma vaga, nem que seja de goleiro, no time dos divorciados, que quando éramos solteiros nem sequer participava do campeonato, mas que está ficando cada vez mais reforçado nos últimos anos...
Só não vale depois culpar o empresário, dizendo que ele não avisou!
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