terça-feira, 6 de novembro de 2007

Um Homem Qualquer

Ontem, no final da tarde, como sempre, a luz do sol se foi.

E um homem qualquer viu chegar uma tempestade.

Chegou em casa. Faltou eletricidade. E ele então não viu mais nada.

Ele dormiu. E depois acordou, quando a eletricidade voltou.

Acordado, sentiu sede. Sede de quê? Tomou um copo d'água.

Analisou a programação da TV. Escolheu um filme repetido.

Ligou a TV. Mas todos os canais estavam fora do ar. Deitou-se.

Leu algumas páginas de um bom livro. Bom para quê?

Para dar sono. Virou-se de lado. Pensou na noite anterior.

E percebeu que tinha sido quase tudo igual.

Mas não havia faltado eletricidade, nem canais de televisão.

Constatou que sua vida era o tal filme repetido que escolhera.

E o homem qualquer apagou a luz e dormiu.

E depois acordou, quando a luz do sol voltou.

E nem pensou em televisão. Tomou banho e saiu.

Enquanto houver sol, haverá um homem qualquer.

Enquanto houver um homem qualquer, haverá.

E quando não houver? O filme não será mais repetido.

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