Ontem, no final da tarde, como sempre, a luz do sol se foi.
E um homem qualquer viu chegar uma tempestade.
Chegou em casa. Faltou eletricidade. E ele então não viu mais nada.
Ele dormiu. E depois acordou, quando a eletricidade voltou.
Acordado, sentiu sede. Sede de quê? Tomou um copo d'água.
Analisou a programação da TV. Escolheu um filme repetido.
Ligou a TV. Mas todos os canais estavam fora do ar. Deitou-se.
Leu algumas páginas de um bom livro. Bom para quê?
Para dar sono. Virou-se de lado. Pensou na noite anterior.
E percebeu que tinha sido quase tudo igual.
Mas não havia faltado eletricidade, nem canais de televisão.
Constatou que sua vida era o tal filme repetido que escolhera.
E o homem qualquer apagou a luz e dormiu.
E depois acordou, quando a luz do sol voltou.
E nem pensou em televisão. Tomou banho e saiu.
Enquanto houver sol, haverá um homem qualquer.
Enquanto houver um homem qualquer, haverá.
E quando não houver? O filme não será mais repetido.
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